domingo, 22 de março de 2015

Ombro direito

Minha preta! Umbilical mulher, umbilical guerreira, umbilical poetisa.

Cacau-cheiro, pedaços de lindo pescoço,
Carinhos feitos à palma da mão,
Lábios carnudos que permite alvoroços,
Beleza negra, beijo roubado, gelar coração.

Sorriso Ilê, ladeira subindo,
Boneca dançante promete gingar,
Seus Dreads confundem com o rosto bonito,
E a música perfeita, Djavan-namorar.

Leciona mulheres a ter autoestima,
Permitindo em cabelos, desenhos montar,
Criada em berço, antirracista,
Capricha discursos, para além do seu lar.

É doce na voz, é doce no beijo,
Temperando elementos, nem ouso pensar,
Sussurra no ouvido, contando desejos,
Passeio erótico, do sonho acordar.


Estampa em seu ombro o amor como guia,
Matriz africana mandou espalhar,
Conhece poeta: Permite uma rima,
Encontro na praça, casal se formar.

Deflagra uma guerra se alguém subestima,
Mulher poderosa, majestoso pensar!
Descende herdeira, ancestral-erudita,
Devorando rivais com simples olhar.

A Côrte avisa: Tem preta à vista!
Monumento africano, num lindo caminhar,
Cantando canções que marcaram sua vida,
Escolhe uma delas: Poeta-lembrar.

Define seu nome como obra divina,
Machado gigante, anuncia chegar,
O amado propõe: Um laço família,
Poema de amor, um beijo selar.

Minha preta! Umbilical mulher, umbilical guerreira, umbilical poetisa.





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