instrumento-me
Omulú
escarpado
além
das úlceras
descascando
os
corpos fechados
habito
o
refúgio doloroso
dos
inerciados
nos
pomposos carneiros
no
escaldante purgatório
prevalecido
em
angústias
desosso
as cactáceas
vibrações
fulgurando
adágios
na
encruzilhada
dos
desamparos
conduzo
os
rejeitados
ao
Senhor das Moscas
esbugalhados
em
carne viva
a
desagradável execução
do
sofrimento
ata-os
aos cuidados
de
Obaluaiê
-
circunvagam vultos -
à
luz de Pilatos
mesclam-se
ao
véu do abismo
os
grogues palavrórios
expurgados
em
desimportâncias
numa
pavorosa
tentativa
de
salvação
os
gemidos conduzem
a
ritmização fleumática
sob
a tutela
do
breu
os
organismos
rasgam-se
no Logos
jurando
aquietação
-
abancam-se
ao
lado esquerdo
da
rígida paternidade
os
impávidos cangaceiros -
para
cada ciclo
existencial
o
sermão impele
novos
consentimentos
descansa
em paz
no
imaginário
do
apego
apenas
a memória
de
quem se ateia
engolindo
a intoxicação.(Bruno Bossolan)
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