Sou este pretume que tanto vês
Pétala de uma rosa negra
Cheiro de óleo de coco
Emanando o ar
Maciez do mel de abelha
Corpo desenhado por Olorum
Sabedoria dada por Òbà
Mãos que enfeitam de Nanã
E beleza herdada de Ewa
Pretume de mulher sou eu
Cicatrizes de um tempo que não se escondem
Resistência do cotidiano
A mãe que desce as vielas da favela
E encara as faxinas nas casas dos patrões
Deusa africana sou
Rodeada de contrastes, lágrimas e sorrisos.
Fertilizo o solo do mundo
Dou vida para a vida
Recebo em troca migalhas do que sempre restou
E ainda assim serei sempre
Mulher e pretume.
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