terça-feira, 14 de abril de 2015

Queimando a princesa

*Inspirado na poeta Cristiane Sobral

A poeta manda avisar
que não lava mais os pratos

Tá estampado na capa
a batom
Mandou fazer as unhas
caprichou na cor do esmalte

Eu
poeta de carne e osso
vesti luvas de borracha
entrei de sola na porta da cozinha

Sexagenária
Ventre livre
Lei áurea
Carta de alforria
Ave Maria da Penha

Estranha delicadeza

O verso apagou a escrava
só falta queimar a princesa!

(Nelson Maca)

Nenhum comentário:

Postar um comentário