Ora vento, ora brisa, ora vendaval!
Ora bikinis, ora burca!
Ora eu, ora ela!
Ai ai ai ai! Cansei!
Hoje quero ser Alberta,
Uma filha de Ossain, rica e bela;
Decidida. Iluminada. Resolvida.
Rara. Não vira no santo à toa.
Com ela é preto no branco e branco sobre todas as cores.
Quero ser responsável, estável, imutável, incorruptível.
Quero ser Alberta.
Mesmo que às vezes me sinta Betinha.
E queria ser apenas uma menina
sem nenhum compromisso.
Ai ai, Betinha minha,
moça das folhas,
deixe espaço para quando eu queira voltar a ser Julinha.
(Júlia Couto - Ogum's Toques Negros: Coletânea Poética, 2014, p. 128)
Nenhum comentário:
Postar um comentário