sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Iiiihh! Enjoei!

Ora vento, ora brisa, ora vendaval!
Ora bikinis, ora burca!
Ora eu, ora ela!
Ai ai ai ai! Cansei!
Hoje quero ser Alberta,
Uma filha de Ossain, rica e bela;
Decidida. Iluminada. Resolvida.
Rara. Não vira no santo à toa.
Com ela é preto no branco e branco sobre todas as cores.
Quero ser responsável, estável, imutável, incorruptível.
Quero ser Alberta.
Mesmo que às vezes me sinta Betinha.
E queria ser apenas uma menina
sem nenhum compromisso.

Ai ai, Betinha minha,
moça das folhas,
deixe espaço para quando eu queira voltar a ser Julinha.

(Júlia Couto - Ogum's Toques Negros: Coletânea Poética, 2014, p. 128)

Nenhum comentário:

Postar um comentário